(In memória de vó Laurinda)
Lembro-me do acalento
De suas mãos desde que eram firmes,
Até o momento em que ficaram enrijecidas
Pelas marcas do tempo.
O que importava era o carinho
Que delas exalavam
O afeto que acalmava
E, todo o amor que demonstrava
Lembro-me de seu cabelo branco
Que tanta história contava
E tantas lembranças murmuravam
Assim, eu era pra você sempre criança,
Criança que já não afagava no colo
Mas acalentava no abraço,
No riso,
No acenar da despedida!
Vovó,
comigo levarei sua lembrança
por todos os caminhos que eu andar,
Pelo bosque, jardim, por todo o meu pensar,
Jamais esquecerei
que um dia me embalou com mãos de fada,
Alegrou-me com suas palavras sábias e me amou com coração de mãe!
Assim minha doce velhinha,
passe o tempo,
gire o vento,
adormeça meu sofrimento,
Continuará sendo pra mim sempre meu acalento.
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